Leia essa semana:

 

Introdu��o

Resumo da Parash�

Mensagem de Pessach

Hero�smo em Pessach

 

Dizeres de Pessach

Elementos do Seder

Hagad�

 

Kear�

De Pai para Filho - Reflex�o

Uma Escravid�o Chamada Liberdade

Inscrição Parashat HaShavua

  

 

 

Res

Resumo da Parash�

A Parashat HaShavua (por��o da leitura da Tora desta semana) � chamada de �Tzav� � Ordene.

A Parashat Tzav come�a com D'us continuando a ensinar Moshe muitas das v�rias leis relativas ao servi�o no Mishkan, Santu�rio.

Entretanto, enquanto a Por��o da semana passada descreveu os Korbanot, sacrif�cios, da perspectiva do doador, nesta semana a Tora concentra-se mais diretamente nos Cohanim, fornecendo mais detalhes sobre seu servi�o.

A Tora instrui a Aharon e seus filhos as leis adicionais de seu servi�o.

As cinzas do Korban Ol� - o oferecimento queimado no altar durante a noite - s�o removidas do altar e �rea pelo Cohen, ap�s ele retirar sua roupa especial de linho. Aquele que esqueceu de cumprir um mandamento positivo, traz a Ol�. O Cohen guarda a pele.

O fogo no altar deve ser mantido constantemente ardendo. O Korban Minch� � uma oferenda de refei��o de farinha, �leo e especiarias. Parte � queimada no altar e o restante � comido pelo Cohen antes que fermente.

A Parash� descreve os Korbanot especiais oferecidos pelo Cohen Gadol diariamente; por Aharon, seus filhos e descendentes no dia de sua inaugura��o.

O Korban Chatat era trazido ap�s uma transgress�o acidental e � descrito; assim como as leis de degola e asper��o de sangue no Korban Asham, por culpa.

Os detalhes dos Shelamim, diversos Korbanot de paz s�o abordados, incluindo a proibi��o contra n�o ingerir at� a manh� as sobras do Tod�, o Korban de agradecimento.

Todos os sacrif�cios devem ser queimados quando n�o puderem mais ser comidos. Nenhum sacrif�cio deve ser ingerido se foi abatido com a inten��o de ser comido tarde demais. Quando se tornaram ritualmente impuros, os Korbanot n�o podem ser comidos e devem ser queimados. Aquele que � ritualmente impuro n�o pode comer o Korban.

Sangue e chelev, gordura de animais proibidos, n�o podem ser comidos. Aharon e seus filhos recebem o peito e a perna de todo Korban Shelamim.

Finalmente, Moshe realiza os prolongados miluim, servi�o de consagra��o do Mishkan, e Moshe unge e introduz Aharon e seus filhos para o servi�o deles no Mishkan, em frente de toda a congrega��o de Israel.

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Men

Mensagem de Pessach

Hero�smo em Pessach

A hist�ria de Pessach � uma das mais conhecidas. Tem sido contada por mais de tr�s mil anos. O que mais me fascina, entretanto, � um aspecto poucas vezes mencionado. Pergunte a qualquer pessoa, judeu ou n�o-judeu, quem � o her�i humano do �xodo, e a resposta certamente ser�: Moshe, o libertador, profeta e lutador pela justi�a.

Por�m a Tor� conta uma hist�ria mais complexa e inesperada. Juntamente com Moshe - tornando sua miss�o, at� mesmo sua vida, poss�veis - est�o outras seis figuras, todas mulheres. Estranho como possa parecer, os her�is do �xodo s�o hero�nas. E Quem foram elas?

A primeira foi Yocheved, esposa de Amram, e m�e das tr�s pessoas que tornar-se-iam os grandes l�deres dos israelitas, Miriam, Aharon e o pr�prio Moshe. Foi Yocheved que, no auge da persegui��o eg�pcia, teve a coragem de ter um filho, escond�-lo por tr�s meses, e ent�o arquitetar um plano para dar-lhe uma chance de ser resgatado. Sabemos muito pouco sobre Yocheved. Em sua primeira apari��o na Tor�, n�o � nomeada. Mesmo assim, lendo a narrativa, n�o temos d�vidas sobre sua bravura e presen�a de esp�rito. N�o foi por acaso que seus filhos tornaram-se todos l�deres.

 A segunda foi Miriam, filha de Yocheved e irm� de Moshe. Foi ela quem vigiou o beb� enquanto o cestinho flutuava rio abaixo, e quem se aproximou da filha do fara� com a sugest�o de que ele fosse amamentado em meio a seu pr�prio povo. Uma vez mais o texto b�blico pinta um retrato da jovem Miriam como uma figura de invulgar coragem e presen�a de esp�rito. A tradi��o rab�nica vai mais al�m. Em um not�vel midrash, lemos como a jovem Miriam enfrentou o pai, Amram, e persuadiu-o a mudar de id�ia. Informado sobre o decreto dizendo que cada beb� judeu do sexo masculino seria afogado no rio, Amram conclamou os israelitas a divorciarem-se, para que n�o mais houvessem crian�as. Havia uma certa l�gica nisso. Seria certo trazer crian�as ao mundo, se havia 50% de chance de que fossem assassinadas logo ao nascer?

Mesmo assim Miriam, diz a tradi��o, queixou-se a ele: "Seu decreto," disse ela, "� pior que o do fara�. O dele afeta apenas os meninos; o seu afeta a todos os beb�s. O decreto dele priva as crian�as da vida neste mundo; o seu os privar� da vida at� no mundo vindouro." Amram cedeu, e como resultado, nasceu Moshe. A implica��o da hist�ria � clara - Miriam tinha mais f� que seu pai.

A terceira, e de certo modo a mais intrigante, � a filha do fara�, que a tradi��o chama de Batya. Foi ela quem teve a coragem de resgatar uma crian�a israelita e cri�-la como sua, no pr�prio pal�cio onde seu pai tramava a destrui��o do povo judeu. Podemos imaginar uma filha de Hitler, Eichmann ou Stalin fazendo o mesmo? Existe algo ao mesmo tempo her�ico e gracioso sobre esta figura apenas esbo�ada, a mulher que deu nome a Moshe.

A quarta faz sua apari��o mais tarde na narrativa. Tzipora, a mulher de Moshe. Filha de um sacerdote midianita, mesmo assim est� determinada a acompanhar Moshe em sua miss�o no Egito, apesar de n�o ter raz�o alguma para colocar em risco sua vida em uma aventura t�o delicada. Em uma passagem profundamente enigm�tica, � ela quem salva a vida de Moshe ao realizar a circuncis�o em seu filho. Temos sobre ela a impress�o de ser uma figura de tremenda determina��o que, no momento crucial, entendeu melhor que o pr�prio Moshe � vontade de D'us.

Deixei para o final as figuras que aparecem primeiro, porque s�o elas que mais fizeram para alargar os horizontes morais da humanidade. Refiro-me �s duas parteiras, Shifr� e Pu�, que frustraram a primeira tentativa do fara� de cometer genoc�dio. Instru�das a matar as crian�as israelitas na hora do nascimento, elas "temeram a D'us e n�o fizeram aquilo que o rei do Egito lhes ordenara fazer; deixaram os meninos viverem."

Intimadas e acusadas de desobedi�ncia, enganaram o fara� inventando uma engenhosa hist�ria: as mulheres judias, disseram elas, s�o fortes, e deram � luz antes que cheg�ssemos. Escaparam do castigo e salvaram vidas.

A import�ncia desta hist�ria � que trata-se do primeiro exemplo que conhe�o de uma das maiores contribui��es do Juda�smo � civiliza��o; a id�ia de que h� limites morais para o poder. Existem instru��es que n�o devem ser obedecidas. S�o crimes contra a humanidade, que n�o podem ser desculpados sob a alega��o de que "eu estava apenas cumprindo ordens."

Este conceito, geralmente conhecido como 'desobedi�ncia civil,' � comumente atribu�do ao escritor americano do s�culo XIX Henry David Thoreau, e penetrou na consci�ncia internacional ap�s o Holocausto e os Julgamentos de Nuremberg. Sua verdadeira origem, entretanto, remonta a milhares de anos antes, nas a��es de duas mulheres, Shifr� e Pu�. Com sua coragem n�o declarada, mereceram um incompar�vel tributo entre os her�is da vida moral. Elas nos ensinaram a primazia da consci�ncia sobre o conformismo, da lei da justi�a sobre a lei do pa�s.

Neste Pessach, contemos a hist�ria das mulheres cuja f�, coragem e recursos morais tornaram poss�vel o �xodo. "Foi por causa de mulheres justas," disseram os s�bios, "que nossos ancestrais foram redimidos do Egito." Eis que sua mem�ria ainda tem o poder de trazer-nos inspira��o e n�o s� a alegria da prepara��o do Seder de Pessach com sua deliciosa comida .

Por Rabino Jonathan Sacks, rabino chefe da Inglaterra

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Haf

Dizeres de Pessach

Amor M�tuo

D'us sempre se orgulha das virtudes do povo judeu e o louva, e o povo, por sua vez, sempre louvou a grandeza de D'us.

Rabi Levi Yitschac de Berdishev d� um exemplo disto atrav�s da forma distinta como D'us e seu povo referem-se � festa de Pessach.

Enquanto os judeus escolheram o nome "Pessach", D'us a chama "a Festa do P�o �zimo". Por que?

Enquanto Pessach significa "passar por cima", em agradecimento ao Criador por ter "passado" por cima das casas do povo judeu e ter poupado seus filhos da praga da morte aos primog�nitos, a Tor�, por outro lado, classifica como "A Festa do P�o �zimo" para salientar a virtude do povo judeu que na sa�da do Egito, partiram sem levar provis�es, apenas uma massa de p�o que nem teve tempo de crescer ou assar, em um ato de total confian�a e eterno amor ao Criador.

As Dez Pragas

O grande s�bio Rashi demonstrou que as pragas seguem a mesma estrat�gia que era criada pelos reis da antiguidade ao imporem o cerco ao inimigo.

Primeiro � cortado o suprimento de �gua da cidade sitiada, para obrigar os habitantes � submiss�o (correspondendo � praga do sangue). Ent�o o ex�rcito � instru�do a tocar instrumentos fazendo ru�dos altos, assustadores, de forma a deixar os habitantes nervosos e abalar sua resolu��o de lutar (correspondendo ao coaxar dos sapos); e assim por diante, durante todas as dez pragas, culminando com a morte dos primog�nitos eg�pcios e finalmente libertando os judeus da escravid�o.

Betz� - ovo duro

Uma das in�meras id�ias relacionadas com o ovo colocado como s�mbolo na travessa do Seder � de que, normalmente, um alimento quanto mais � cozido, mais macio se torna. No caso do ovo � o contr�rio; quanto mais se coze, mais duro se torna. Assim � o povo judeu: quanto mais � oprimido ou afligido, como ocorreu no Egito, mais fortalecido e numeroso se torna.

Derramar vinho

Por que � costume derramar um pouco de vinho enquanto as Dez Pragas s�o mencionadas?

Para que todo judeu lembre-se de que em todo e qualquer momento em que celebra sua felicidade, seja neste caso, a vit�ria do bem sobre o mal, da escravid�o para a liberdade, deve lamentar o sofrimento e a morte de seres humanos, mesmo sendo estes seus piores inimigos.

Dez n�veis

As tr�s matzot, os seis s�mbolos e a pr�pria travessa do Seder somam 10 elementos no total e representam as 10 sefirot (n�veis cabal�sticos), atrav�s das quais a luz Divina ser� revelada no mundo.

Farinha e �gua

Ambos chametz e matz� s�o feitos de farinha e �gua. Entretanto, o chametz cresce, simbolizando uma atitude de ego�smo inflado e orgulho exagerado. Em contraste, a matz� permanece fina, aludindo � humildade e submiss�o. Comendo matz�, internalizamos estas qualidades, fazendo com que sejam partes integrantes de nossa carne e sangue.

Liberdade no passado e presente

Em cada gera��o uma pessoa � obrigada a considerar-se como tendo realmente sa�do do Egito. Com o �xodo, adquirimos a natureza e qualidades de homens livres. Esta natureza � mantida apenas porque D'us est� constantemente nos libertando do Egito. O milagre da reden��o n�o � um evento do passado, mas um fato constante em nossas vidas. Portanto, a reden��o do Egito e a subseq�ente experi�ncia da entrega da Tor� estabelece a identidade do povo judeu como "servos de D'us", e n�o "servos de servos".

Matz�

Com apenas este alimento n�o fermentado, nossos ancestrais confiaram que o Todo-Poderoso forneceria o sustento para toda uma na��o de homens, mulheres e crian�as. Assim, os �nicos "ingredientes" para a f� s�o humildade e submiss�o a D'us. O Z�har explica que a matz� ingerida no primeiro Seder desperta a f�, enquanto a do segundo traz a cura.

O ausente

Os quatro filhos, embora diferentes no comportamento, t�m algo em comum: eles todos participaram da mesa do Seder. Mesmo o filho perverso faz perguntas sobre Tor� e mitzvot, e podemos esperar que retornar� ao caminho.

Infelizmente, nos dias de hoje temos o quinto filho, que n�o est� presente � mesa do Seder, e nem ao menos sabe o que � o Seder. � nossa obriga��o procurar este quinto filho, convid�-lo � nossa mesa e usar esta oportunidade para reunir mais um a compartilhar de nossa maravilhosa heran�a.

O poder da f�

Sobre o vers�culo: "Os judeus viram a grande m�o de D'us no Egito e eles acreditaram em D'us", o rabino de Gur comenta que mesmo depois que viram D'us, precisavam ainda assim ter f�. A f� � mais forte que o ato de "ver"; se encontra em um n�vel muito mais elevado que a simples vis�o.

Os quatro copos de vinho

O vinho � sin�nimo de alegria e liberdade. H� v�rias explica��es para as quatro ta�as. Entre elas, a de que simbolizam as quatro promessas de D'us de reden��o descritas na Tor�, com rela��o a liberta��o do povo judeu do Egito: "Eu os libertarei do trabalho no Egito; e Eu os libertarei da escravid�o. Eu os redimirei com bra�o forte e estendido e Eu os guiarei para serem Meu povo."

Os filhos de Israel, mesmo no ex�lio eg�pcio, tinham quatro grandes m�ritos: n�o trocaram seus nomes hebraicos, falavam a l�ngua hebraica, levaram uma vida altamente moral e permaneceram leais uns aos outros e a D'us.

Os 4 Filhos

A Tor� nos fala de quatro filhos: o s�bio, o perverso, o tolo e aquele que n�o sabe perguntar. H� observa��es interessantes a serem feitas sobre eles. Uma delas � a raz�o pela qual o filho perverso n�o � mencionado por �ltimo, mas logo ap�s o filho s�bio. O motivo � que estando pr�ximo ao filho s�bio, passa a ser deste a responsabilidade de ensinar ao perverso a enxergar o bem, ao inv�s do mal.

A Tor� coloca o tolo e aquele que n�o sabe perguntar por �ltimo, pois a ignor�ncia � algo muito grave. Se eles tivessem perguntado, buscado, diferenciado entre o certo e o errado, teriam adquirido sabedoria. Mas por estarem completamente "desconectados", n�o possuem nada. J� o perverso possui um potencial muito maior, por estar por dentro do assunto e ter se tornado um conhecedor, embora mal intencionado. Mas ele entretanto possui o potencial de mudar. Que possa o filho s�bio estar a seu lado para influenci�-lo na escolha do bem.

Mesmo o filho s�bio, n�o deve se descuidar. N�o deve achar que por causa de sua sabedoria, nada ir� lhe abalar. � da sua natureza querer experimentar, inventar, conhecer. Em todos estes momentos dever� tomar muito cuidado: dever� ter em mente que o mal est� sempre espreitando ao seu lado.

Por que milagres n�o acontecem?

Um aluno aproximou-se do rabino Eliezer e perguntou:

"Por que a gente v� tantos milagres acontecerem na sa�da dos judeus do Egito, e hoje, nenhum?"

"Voc� se lembra quando os romenos conquistaram uma cidade vinte anos atr�s? Na mesma hora sa�ram em uma grande marcha exibindo todos seus homens e armas, em um desfile pelas ruas, orgulhosos. Por que ap�s esta data nunca mais fizeram esta exibi��o? Porque quando algu�m conquista um pa�s deseja mostrar quem � que manda. J� que sabemos, de antem�o, quem manda no mundo, e que j� foi afirmado por D'us atrav�s de grandes milagres, ent�o basta; j� sabemos!"

Por que reclinar-se?

Nos tempos antigos, apenas �s pessoas livres era permitido reclinar-se enquanto comiam.

Uma vez que Pessach � a Festa da Liberta��o, sentamos todos reclinados.

Puni��o

O Rambam explica que, embora os eg�pcios estivessem apenas cumprindo a Vontade Divina a fim de que os judeus tivessem que suportar ex�lio e servid�o, mesmo assim, a raz�o pela qual foram punidos � que cada indiv�duo eg�pcio foi culpado de sua opress�o pessoal aos judeus.

Embora D'us tenha indicado que a escraviza��o e persegui��o dos judeus ocorreria por parte de uma "na��o", este conhecimento pr�vio n�o obrigou nenhum eg�pcio em particular a cumprir estes atos. Cada eg�pcio participou na subjuga��o dos judeus por sua pr�pria vontade. Se tivesse escolhido, poderia ter deixado de juntar-se �s massas, pois D'us meramente declarou que o povo como um todo seria escravizado.

Seder: um princ�pio pedag�gico

O Seder, al�m de seu valor intr�nseco, destaca claramente o elemento b�sico da tradi��o: o papel do pai como professor dos filhos.

O Talmud descreve que a raz�o pela qual fazemos tantas coisas e de forma espec�fica durante o Seder � para estimular as perguntas dos filhos para darmos as respostas.

O princ�pio pedag�gico afirma que a melhor compreens�o e lembran�a de algo ocorre quando envolve o interesse e curiosidade do aluno. Ao estimular o interesse das crian�as durante o Seder podemos esperar que as li��es da noite sejam duradouras e marcantes. Como disse um grande mestre: "� melhor que fa�am as perguntas ainda em casa, para que pais e professores respondem, do que esperar que pessoas l� fora o fa�am. Quando isto ocorre � tarde demais para tentar responder."

"Tudo certo"

Pouco ap�s sua mudan�a e se encontrar instalado na Terra de Israel, o Rabino Chaim Meir de Vijnits falou a seus disc�pulos: "H� algo que aprecio muito neste pa�s. As pessoas sempre dizem: 'Hacol b's�der', est� tudo certo!'

Eles n�o imaginam como est�o certos! Hacol, (tudo) depende do que aconteceu durante o Seder (de Pessach)."

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Coz

Elementos do Seder

Hagad�

Nas duas primeiras noites de Pessach reunimos a fam�lia e amigos em torno da mesa e esperamos a recita��o do kidush pelo condutor do Seder para iniciarmos a Hagad�.

� importante que cada convidado tenha sua pr�pria Hagad�, ou sente-se ao lado de algu�m que a tenha, para que possa acompanhar, passo a passo, o que dever� ser feito na l�ngua que � comum a todos. A Hagad� narra o �xodo do Egito e os milagres que D�us nos fez at� que nos torn�ssemos um Povo. Eis uma amostra abaixo:

 

1. Cad�sh

6. Rochts�

12. Tsafun

2. Urch�ts

7, 8. Motsi - Matz�

13. Berach

3. Carp�s

9. Maror

14. Halel

4. Y�chats

10. Cor�ch

15. Nirts�

5. Maguid

11. Shulchan Or�ch

 

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Kear�

1. BETS� (Ovo cozido)

Representa o sacrif�cio de Chaguig� trazido ao Templo Sagrado em Pessach).

2. ZER�A

O pesco�o de frango grelhado simboliza o cordeiro pascal trazido ao Templo Sagrado na v�spera de Pessach. A carne do pesco�o � removida e o osso queimado. O zer�a n�o � comido no decorrer do Seder. Zer�a (literalmente, antebra�o) remete ao fato de D'us haver tirado o povo do Egito com "Seu bra�o estendido".

3. MAROR (ERVAS AMARGAS)

Simbolizam a amarga escravid�o do povo judeu no Egito. Para o maror pode-se usar ra�z-forte crua descascada e ralada; folhas de end�via; talos ou folhas de alface romana lavados e verificados; ou a combina��o de todos.

4. CARP�S

A cebola crua (ou a batata cozida) � mergulhada na �gua salgada para despertar a curiosidade das crian�as.

Os vegetais simbolizam o potencial de crescimento e renascimento e a �gua salgada, nas quais s�o mergulhados, recorda as l�grimas derramadas pelos nossos antepassados no Egito.

A palavra hebraica "carp�s", quando lida de tr�s para frente, simboliza os 600 mil judeus no Egito for�ados a realizar trabalhos pesados (cada letra do alfabeto hebraico possui um valor num�rico correspondente; a letra hebraica "s�mech" � igual a 60, multiplicado por 10 mil; as outras tr�s letras correspondem a p�rech - trabalho pesado).

5. CHAROSSET

Ma��s, p�ras e nozes liquidificadas ou raladas, misturadas com uma pequena quantidade de vinho tinto, lembram, na cor e consist�ncia, a argamassa usada no Egito para fabricar tijolos.

6. CHAZERET

Mais ervas amargas (das enumeradas para o maror) para serem ingeridas no "sandu�che" (Cor�ch do Seder).

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His

De Pai para Filho - Reflex�o

Uma Escravid�o Chamada Liberdade

Entrela�ado na magn�fica tape�aria de s�mbolos, costumes e cerim�nias do Seder de Pessach est� o insuper�vel tema da liberdade.

Embora a liberdade possa ser expressa em cerim�nias simples como reclinar � maneira dos homens livres, bebendo quatro ta�as de vinho e repetindo o mantra "n�s somos homens livres", o profundo conceito de liberdade realmente envolve e permeia nossa ess�ncia.

A liberdade � percebida com mais freq��ncia como a aus�ncia de escravid�o � assim como a escravid�o pode ser definida como a aus�ncia de liberdade. Mas na realidade, a aus�ncia de escravid�o em si n�o cria uma condi��o de liberdade.

A escravid�o � uma condi��o na qual a pessoa � para sempre for�ada a agir de acordo com a vontade de outro. Liberdade � a capacidade do ser humano de agir e expressar-se.

Para que o homem possa agir independentemente, deve querer expressar sua singularidade. Aquele que n�o possui o desejo da auto-express�o e realiza��o independente � seja porque seu esp�rito foi alquebrado ou jamais se desenvolveu � n�o pode ser considerado um homem livre. Ele n�o � livre, apesar de n�o estar mais sendo fisicamente escravizado; � meramente um escravo abandonado � um escravo sem amo.

O milagre do �xodo n�o foi completado com o �xodo em si. O povo judeu precisava ser de homens livres, n�o meramente escravos fugitivos.

Avraham Ibn Ezra descreve assim a situa��o: "Nas praias do Mar Vermelho, os judeus quiseram genuinamente escapar do fardo da escravid�o; por�m, tendo passado a vida toda como escravos, n�o podiam simplesmente jogar fora a afinidade que tinham desenvolvido em rela��o a seus feitores. Somente depois que a gera��o nascida no cativeiro tinha falecido, o povo judeu p�de entrar na Terra de Israel e construir uma na��o de homens livres."

Um escravo carrega um duplo fardo � � for�ado a obedecer ao amo e n�o tem vontade pr�pria. Assim, uma pessoa que esteja ciente de sua singularidade e individualidade jamais pode ser escravizada. E no outro extremo, quem n�o possui uma auto-imagem positiva jamais pode considerar-se realmente livre.

Os mesmos princ�pios que escravizam um indiv�duo podem se ampliar a uma na��o inteira, no nosso atual galut, ou ex�lio. A verdadeira reden��o envolve mais que sair do ex�lio. Est� impl�cito no estado de ex�lio a destrui��o e subjuga��o da vontade de um povo e sua concess�o coletiva aos ditames de um pa�s estrangeiro.

Um grupo de pessoas que deixa sua terra de livre e espont�nea vontade, que determina seu estilo de vida segundo seus pr�prios valores, n�o pode ser considerado como vivendo no ex�lio. Est�o apenas vivendo numa terra estrangeira. Desde que estejam em liberdade para expressarem sua ess�ncia, n�o s�o realmente exilados. O ex�lio � escravid�o somente quando inibe e abafa a auto-express�o e a autodetermina��o.

Como a escravid�o, o ex�lio � at� certo ponto uma condi��o f�sica, mas sua qualidade essencial � a do esp�rito. � rendi��o e abdica��o � aceitar um conjunto de valores, atitudes e costumes que s�o contr�rios ao "eu" privado ou coletivo.

O judeu perseguido tem estado no ex�lio por incont�veis gera��es, durante as quais precisou mudar sua maneira de viver. Uma na��o que era basicamente agr�cola tornou-se um pa�s de mercadores; um povo independente foi reduzido � escravid�o e curvou-se a um governo estrangeiro, jogado para l� e para c�. Mas com tudo isso � desde que o povo judeu mantivesse seu legado e seus princ�pios espirituais, seu modo interior de vida e comportamento � ele n�o foi um povo escravizado.

O judeu em todos esses anos de ex�lio e perambula��o tinha de viver em paz com sua incapacidade de dirigir seu pr�prio destino em muitas �reas da vida. Por�m seu ex�lio jamais foi completo, porque o judeu n�o se considera desprezado ou inferior. Assim, desde que retivesse o �mago de seu ser interior, sua conex�o com D�us n�o somente o consolou, mas tamb�m serviu como seu pa�s nativo, uma entidade que o ex�lio n�o poderia danificar ou diminuir.

O ex�lio completo, tanto espiritual quanto f�sico, come�ou com a assimila��o. Sempre que o judeu assimilado perde seu excepcional senso de si mesmo, perde sua independ�ncia. Mesmo que tenha liberdade pessoal, seu ex�lio nacional � completo. Seu verdadeiro eu n�o dirige mais seu estilo de vida. A vida do judeu assimilado � estabelecida e determinada por influ�ncias alien�genas, tanto na vida espiritual quanto na f�sica.

Mesmo quando o judeu assimilado mora num pa�s onde os estrangeiros n�o mais ditam de que maneira ele deve se conduzir, vive num estado de ex�lio. Leva consigo a condi��o de ex�lio em seu sentido mais profundo. Est� privado de seu verdadeiro eu, o eu que o conduz � liberdade. Culturas alien�genas talvez n�o o escravizem fisicamente, mas continuam a govern�-lo espiritualmente e a roub�-lo de seu legado.

Um famoso ditado chass�dico declara: "� mais f�cil tirar o judeu do ex�lio que tirar o �ex�lio� do judeu.

por Rabi Adin (Steinsaltz) Even Yisroel

 

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